Juarez, envio esse texto do livro "O Tao dos símbolos" (Como trascender os limites do nosso simbolismo), de James N. Powell, Ed. Pensamento, para o primo. Achei interessante o texto, estou relendo o livro depois de alguns anos, e esse texto me remete à poesia do Arapey, pois ela consegue trascender a pobreza da linguagem, ele consegue com as palavras, traduzir sentimentos, emoções, que vem do mais profundo de nosso ser, pelo menos é assim comigo.
Abraços
Alida
Abraços
Alida
"A despeito de nossa mente, de nosso intelecto, de nosso poder de raciocínio e de nossa inteligência, continuamos a ser enigmas a nós outros, presos que estamos dentro do labirinto da língua. Não podemos recuar a língua, nem voar ou saltar sobre ela. Pois é nossa própria mente, encarcerada na língua, que saltaria, e o próprio céu a que escaparíamos não é senão outra criação do nosso pensamento. Desse modo, marcamos nossa vida sílaba por sílaba. Nunca podemos ter realmente um conhecimento da língua, porém apenas na língua. Penetrar na língua até o centro é achar o âmago do nosso próprio ser e do universo. Cada sílaba que delimita as dimensões do nosso mundo é, em essência, imensurável-infinita, eterna. Ao explorarmos os profundos da língua, achamos que o universo é uma realidade falada, que a Palavra fala por meio de nós e através de todas as coisas.
Nossa morada se acha dentro dessa Palavra, e as dimensões dessa habitação são exatamente iguais à profundidade da percepção que temos dessa Palavra. A poesia é uma medição, uma sondagem da vastidão dessa moradia. No domínio mais elevado do discurso, a habitação não tem limite. Esse é o ápice do poético."
Fica registrado o carinho da prima do poeta De Arapey, Alida Correa Esteves