Luis Carlos de Arapey (1921 - \o/ ) Livros Publicados: Poemas do Tempo Frágil Rio, 1951 O Dia Sobre o Rio S.P., 1961 Poemas Inspirados Em Música S.P., 1971 Poemas Inéditos PoA., 1981 Poemas Inéditos PoA., 1991 Remembranças PoA., 1991 Poemas de Arapey PoA., 2001

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Poema: Desde Porto Alegre, entardecer de 21 de novembro de 2008







DESDE PORTO ALEGRE,

ENTARDECER DE 21
DE NOVEMBRO 2008

No meio da manhã
palmas dos pequenos alunos,
si, orientales,
como el feliz señor de edad
que los visita
y podria ser
uno de ellos....

Tan pequeño pueblo,
nuestro nido
de tanto amor,
realidad y sueño
en nuestras vidas.

¿ Hay, todavia,
laureles
en Sarandi de Arapey?!...
Pregunta como alumno,
de lejos, vuestro, como ARTIGAS, Luis Carlos.




segunda-feira, 17 de novembro de 2008

VIDEO: De Arapey é homenageado em sua terra Natal, Sarandi de Arapey


Hoje, 17 de novembro de 2008, Luis Carlos De Arapey visitou e foi recebido por mais de 40 "jovenes" alunos da Escuela nº 50 do "Pueblo" de Sarandi de Arapey (Uy). A "maestra" Gabriela Garcia coordenou as homenagens ao nosso amigo Poeta da Integração do Conesul.

Foram momentos de reencontros e remembranças. Transbordava carinho dos queridos "hermanos orientales" ao seu conterrâneo que, depois de 82 anos, retornou a seu pago natal.

Momentos que serão inesquecíveis e eternizados em nossos corações.

Não temos como agradecer a todos os gestos de boas-vindas e de fraternidade que recebemos de nossos amigos uruguaios de Sarandi de Arapey!

Nesse reencontro foram iniciados laços de amizade que devem ser ampliados.

Salve nossos amigos da querida e acolhedora Sarandi de Arapey do Departamento de Salto no Uruguai !
V E J A O V I D E O A B A I X O


quinta-feira, 6 de novembro de 2008

POEMA: EM VIAGEM


Impelidos pelo vento
medimo-nos com a distância.

Desbordado horizonte
desafia o vasto céu dos pampas.

Eco longínquo
hoje nos atinge,
para que este pleno sol
e vida do momento eterno,
se justifique até as lágrimas.

Algo indefinido que restou
no verde que pisamos
e na atmosfera libertadora,
nos leva a tal profundidade em nós,
que nos embriagamos de tanto
até limites inumanos.

Queremos a terra e o que nela vive,
simultaneamente com mansidão e rebeldia.

Sim, estivemos sempre em trânsito,
superfície e âmago de nós mesmos.
E qual palavra, gesto, grito ou morte
nos libertaria de angústia nunca aceita
ou desejada,
como aves pressagas
numa tarde tão límpida,
silenciosa e irmã
do que há de belo
na campanha da nossa infância.

25 setembro, 1983São Miguel das Missões
.
.
. "Maestra" Gabriela Garcia será a anfitriã na recepção ao ilustre cidadão de Sarandi de Arapey no dia 17 de novembro de 2008.
.

POEMA: LA SIESTA DEL NIÑO

Duerme un niño a la sombra de un árbol
en la orilla del río San Lorenzo.
¡Verde árbol!
¡Verde niño!
Si supieras que nañana
a la sombra de ese mismo árbol
ya no durmieses con igual serenidad...
¿Qué harías
pobre niño de la orilla del río?
¿Qué harías para no despertar
de tus sueños venturosos?...
.
.
Ao lado: GASTON GARCIA, um dos moradores da inesquecível Sarandi de Arapey, em sua simplicidade e alegria de viver.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Mensagem do Amigo ANATOLIO PEREVERZIEFF

ANATOLIOP disse...
Arapey ou Correa, é uma ser humanode tamanha envergadura, que nos deixa sempre a vontade para o comentarmos. Seja em casa, seja na imprensa. Culto, simples como poucos, despojado das vaidades do mundo hodierno. Sabe cativar as pessoas com seu singular traço de campesino gaucho-uruguayo. Valoriza as coisas ternas e simples.Arapey é sinônimo de amigo. Sem eiras e nem beiras.É, em suma, o homem certo, na hora certa!Já na net, está perpetuado para todo o sempre.amigo anatolio pereverzieff
25 de Junho de 2008 10:55

ANATOLIOP disse...
Arapey tem uma capacidade incrível de fazer críticas de uma forma inigualável. Sabe usar as palavras como um homem culto e as utiliza como se fossem realmente construir uma obra material. As usa repito: de forma magistral. Constroi poesias com a alma, pois só quem tem alma limpa e pura é que constrói verdadeiras pérolas.O Arapey sempre será o mesmo!Lembro-me e registro para a posteridade algumas particularidades do Luís.Veio, contadito, a cada dez anos a Santa Rosa. Algumas vezes com mais brevidade e trazia consigo malas de novidades.Sua alma está por todos lados semeada.Pois, plagiando, ele é como o livro que tem alma (aliás) todos os livros tem alma. Tem a alma de quem escreve, de quem o lê e alma de quem o guarda ou passa adiante.Eis aí um homem que deixará sua marca registrada para todo sempre!anatolio pereverzieff
1 de Agosto de 2008 17:22

sábado, 4 de outubro de 2008

POEMA: S E M P R E


SEMPRE
Acompanhado de imagens,
de sons esparsos
e cores esmaecidas.

Ecos de alegria
e de contagioso entusiasmo

Árduos caminhos,
confiança duradoura.

Não perdemos esperança,
marco orientador
em nossas vidas.

Ao amanhecer,
os sonhos mais raros
adormecem.

Séculos vindouros
ou já passados?! L.C De Arapey. 2 agosto 2008

PREPARAÇÃO DO RETORNO OFICIAL À TERRA NATAL - SARANDI DE ARAPEY (UY)


Estamos acertando com a "Maestra" Gabriela, da Escola nº 50 de Sarandi de Arapey, para que o Grande Poeta da Integração do Conesul, Luis Carlos, faça uma visita aos estudantes daquela importante Instituição de Ensino. Em contatos telefônicos, nossos amigos Sarandienses estão "mui contentos" com a possibilidade de conversar e, por que não dizer, conhecer o filho de Sarandi que tanto tem cantado seu amor ao Uruguai e ao seu berço nativo.

Luis Carlos está muito radiante com a possibilidade de contar um pouco de sua história aos "jovenes estudiantes".

Os filhos de Luis Carlos também estão muito contentes com todo esse movimento.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Mensagem da prima Alida


Juarez, envio esse texto do livro "O Tao dos símbolos" (Como trascender os limites do nosso simbolismo), de James N. Powell, Ed. Pensamento, para o primo. Achei interessante o texto, estou relendo o livro depois de alguns anos, e esse texto me remete à poesia do Arapey, pois ela consegue trascender a pobreza da linguagem, ele consegue com as palavras, traduzir sentimentos, emoções, que vem do mais profundo de nosso ser, pelo menos é assim comigo.
Abraços
Alida


"A despeito de nossa mente, de nosso intelecto, de nosso poder de raciocínio e de nossa inteligência, continuamos a ser enigmas a nós outros, presos que estamos dentro do labirinto da língua. Não podemos recuar a língua, nem voar ou saltar sobre ela. Pois é nossa própria mente, encarcerada na língua, que saltaria, e o próprio céu a que escaparíamos não é senão outra criação do nosso pensamento. Desse modo, marcamos nossa vida sílaba por sílaba. Nunca podemos ter realmente um conhecimento da língua, porém apenas na língua. Penetrar na língua até o centro é achar o âmago do nosso próprio ser e do universo. Cada sílaba que delimita as dimensões do nosso mundo é, em essência, imensurável-infinita, eterna. Ao explorarmos os profundos da língua, achamos que o universo é uma realidade falada, que a Palavra fala por meio de nós e através de todas as coisas.
Nossa morada se acha dentro dessa Palavra, e as dimensões dessa habitação são exatamente iguais à profundidade da percepção que temos dessa Palavra. A poesia é uma medição, uma sondagem da vastidão dessa moradia. No domínio mais elevado do discurso, a habitação não tem limite. Esse é o ápice do poético."


Fica registrado o carinho da prima do poeta De Arapey, Alida Correa Esteves

terça-feira, 9 de setembro de 2008

POEMA: VOLVIMOS


VOLVIMOS

Cierto que volvimos al campo,
a su fuerte corazon,
en la hora crepuscular.

Finita tarde,
infinitas vidas.

En los recuerdos
parece que todo fué mas claro
y sentido.

Pero ahora nos acompañan
como dos teru teros enamorados,
hijos del sol y de la luna.

Todos muy contentos.

(07 de setiembre de 2008, en Sarandi de Arapey)
Luis Carlos

domingo, 7 de setembro de 2008

REGRESSO À SARANDI DE ARAPEY (UY)


Hoje, O Poeta da Integração do Conesul visitou sua cidade natal, Sarandi de Arapey, no Uruguai. Seu filho regressou para olhar sua cidade que ele tanto lembra e venera. Pequena e simples a cidade se mostrou uma irmã do nosso amigo Luis Carlos, pois ele também é assim.

Foram momentos de muita emoção e dignidade nesse reencontro após 82 anos.

Fica registrada a imagem do Poeta em momento de homenagem, respeito e recordações de um filho que tanto tem honrado aquele lugarejo "hermoso".

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Breve visita


Já faz um ano, e agora mais uma breve visita que deixa muitas imagens e emoções. Um aperto pela brevidade da viagem-relâmpago.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Conto: "Só de Passagem"


Contribuição da Clarita, ao se referir a seu grande Pai:

SÓ DE PASSAGEM

Conta-se que, no século passado, um turista americano foi à cidade do Cairo, no Egito, com o objetivo de visitar um famoso sábio. O turista ficou surpreso ao ver que o sábio morava num quartinho muito simples e cheio de livros. As únicas peças de mobília eram uma cama, uma mesa e um banco.- Onde estão seus móveis? - perguntou o turista. E o sábio, bem depressa, perguntou também:- E onde estão os seus...?- Os meus! - surpreendeu-se o turista - Mas eu estou aqui só de passagem!- Eu também... - concluiu o sábio."A vida na Terra é somente uma passagem... No entanto, alguns vivem como se fossem ficar aqui eternamente e esquecem de ser felizes. O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis".

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Poema: INFINITO AZUL DO SER


Vidas, vidas,
tantas vidas
nuvens passageiras.

Céu azul, mar azul,
tantos naufrágios.

Milênios de História.
Que restou?
.... Infinito azul do ser.
__________________

Porto Alegre, 1º Dezembro de 2000.

terça-feira, 1 de julho de 2008


Por sugestão de um amigo,
que também valoriza o livro,
mencionei de Gabriela Mistral:

“Libros,
callados libros de las estanterias,
vivos en su silencio,
ardientes en su calma,
libros,
los que consuelan,
terciopelos del alma:
y que siendo tan tristes,
nos dan alegria.”

Última noite de abril
e a poesia nos acompanha.

Vida, vi vida.
Nuvens sugerem sonhos eternos.
Eis tudo.
Muito grato,
Luis Carlos de Arapey

domingo, 29 de junho de 2008

Poema sonorizado: Claridade

Hoje, o amigo Arapey me recitou este velho e lindo poema: Claridade.

Saúde e felicidades ao Poeta Arapey e à "trinca legítima e todos seus elos".

Clique no Play do vídeo para iniciar a apresentação do poema.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Grandes e duradouras amizades

Arapey, já nos anos 70, era chamado de 'mestre' por colegas mais jovens. Um deles, advogado de sindicato que chegou a Ministro do Trabalho do Brasil (quando nosso país ainda era uma República de verdade), enviou seu livro "100 Anos de Sindicalismo" de sua autoria com o seguinte bilhete:

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Poema: E VOLTARAM

E voltaram as noites imensas dos pampas.
Também nos sentimos até o infinito.
Intemporal tudo o que é transitório
e assim mesmo tocado de eternidade.
Que fazer de tanta liberdade,
conscientes das contradições, desencantos
e do árduo recomeçar.

Contidos perante um mar de amarguras
e de grandes esperanças
hoje tão eloqüente a legião dos ausentes.
Refugiamo-nos no silêncio.
Histórias adormecidas,
nossa maior companhia.
No entanto, nada desprezamos.
Não nos perturbam insensibilidades.

De 3 a 13 de janeiro de 1999
3.600 kms. Toda Costa do Uruguai e parte da fronteira.

VIVENDO À DISTÂNCIA



Termina a tarde.
Tantas ausências.
Gratas lembranças.
Nossos horizontes,
ilimitados mares.
Em que porto nos refugiamos?
Toda viagem
foi aventura única,
como a da vida
luminosa e terna,
irmã da tarde
e da noite
que se aproxima
com serenidade.

Porto Alegre - 30 janeiro, 1995

POEMA: HÁ UM SONHO

Entre a vida e a morte
há um sonho.
Em nós desfilam
múltiplas paisagens.
Dias serenos,
meditativas noites.
O vento das distâncias
nos aproxima do passado.
Tão profunda e clara
a luz de nossos mortos.
Às vezes amparamo-nos
na sua presença.


Manhã de 27 de abril, 1995

terça-feira, 17 de junho de 2008

VIRGINIDAD DEL DIA


¡ Solo la pureza del dia!
No pudiera sentir otra cosa
a no ser la pureza del dia!...

Pensar que mañana no será
(y no seremos)
como hoy...
No quiero pensar.
Con tinta azul
busco encarcelar
la pureza del dia
pero mi inquietud no permite,
y heme aqui,
escribiendo una impresión
que no osaré mostrar
en la pureza del dia.

¡ Ni la música pudiera decir...
de la pureza del dia!

domingo, 15 de junho de 2008

Poema: VENTANA

Dejaré mi ventana abierta a la Vida.

Mi ventana da para el cielo
y estoy traspasado de azul.

Es muy chica y es alta
la ventana de mi alcoba.

Todos los días he de mirar las nubes.
Tèndré asi
un mundo fantástico
de cosas pasajeras y,
eternas.

Y por las noches largas,
profundas y misteriosas,
de invierno,
cruzaran los vidrios de mi ventana humilde
las estrellas más brillantes.
_______________________________

Eterna luna

Este dolor profundo que nos deja a la luna de todos los siglos
en un solo momento de poesia y soledad !

Porto Alegre, 1951
Revista “Clareira”

20 DE OUTUBRO, 1991

Restou, talvez,
a companhia
do que nos marcava sempre:
vento solidário
das tardes de domingo;
serenas; velhas árvores
na rua silenciosa,
suave chuva lilás
das flores da primavera.
Não há desesperança.
Esta manhã, na minha janela,
um menino alegre saudou:
Olá vovô!

Aniversário do meu neto Felipe

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Decálogo Artiguista


1º Con LIBERTAD no ofendo ni temo.

2º Es una obligación ser tan ilustrados como valientes.

3º No descansaremos hasta que los INFELICES sean los más privilegiados.

4º Nunca venderemos el rico PATRIMONIO de los Orientales al vil precio de la necesidad.

5º El interés superior es el de la Patria y exige los mayores sacrifícios.

6º Ódio eterno a toda clase de tiranía.

7º Aún en la soledad “si me faltan indios o gauchos, lucharé con perros cimarrones".

8º Mi Autoridad emana de vosotros y ella cesa ante vuestra presencia soberana.

9º América es una. “Unidad con Libertad” es el lema de las Provincias Unidas, Embrión de la Unidad Continental.

10º Unidad con fraternidad, igualdad y justicia, o sea “Una alianza ofensiva y defensiva de pueblos soberanos, renunciando cada uno, solemnemente a subyugar al outro, es nuestro propósito.

sábado, 7 de junho de 2008

PARA MELHOR QUERER-TE

Pour mieux t’aimer
PORTO ALEGRE
rien qu’être absent de toi
un long temps
saisons inexpressives l’âme vide
mais la mémoire brûlante.

une seule carte postale,
morceau de la ville
et part du large fleuve,
vus à douloureuse distance,
émeut à nouveau
celui qui lá a commencé,
sur la Rive de Guaíba,
à écrire ses premiers vers.
(et trente ans se sont passés).

pour mieux t’aimer
et après tout je ne t’oublierai jamais,
c’est que je reviens au Sud
dans ces hivers,
peut-être mes derniers hivers.

L. C. de Arapey

OUVINDO ALAN STIVELL (À L’Olympia)

http://www.alan-stivell.com/fr/

Pour Francis Le Ralle, Cecilia et Ana.
1º setembro 1973

A voz que veio dos séculos
junto das melodias da Bretanha.
A história sempre viva
profundamente no povo.
Da sombra sai o sol
e o sangue
escaldantes.
Quem então existe?
Pode-se crer de fato
tenham sido vãs
tantas gerações terríveis,
de paixões, crimes, alegrias,
e de perpetuar em sons
e cantos abismais?

Cristais multicoloridos
na paisagem de beira-mar,
onde as gaivotas sugerem
o que teu coração pode e não pode alcançar!

L.C. de Arapey

Poema: MEMÓRIA

MEMÓRIA
I
Em que lugar fixo estamos?
... em nenhum!
Respirar é suficiente agora
Quando, calados, somamos
tantas etapas da vida?

Meio-dia - 16 janeiro 2004

II
Revisitam-nos momentos brilhantes,
De antes e de sempre!
Beleza extrema, horizonte infinito.
Na memória,
o paraíso que ignorávamos,
agora tão nítido e próximo
como esta pena leve
no profundo azul de nós mesmos.
Meio-dia - Dia 12 fevereiro 2004
L.C. de Arapey

quarta-feira, 4 de junho de 2008

LA POETICA FRONTERIZA DE LUIS CARLOS DE ARAPEY




Un poeta de la verdadera integración

Luis Carlos de Arapey es una figura singular.
Singular porque nacido en Uruguay, en el Departamento de Salto, el 2 de abril de 1921, se siente tan brasileiro como el que más. Singular porque no obstante sus 64 años de residencia en Brasil, nunca perdió su identidad, sus raíces. Al contrario, las nutrió, aún en la amarga lejanía de la Patria. La evocación de ella, especialmente de la pampa, donde acunaron sus sueños de infancia, es un tema recurrente y repica constantemente a lo largo de su obra. Como por ejemplo en “Campo patrio / amor tan grande / que ni se pudiera escribir, con restricta palabra. / Siempre a ti han pertenecido mis cálidos recuerdos / y el primer asombro / de tantos huesos blancos / como caídos de la luna.”
En realidad, Arapey pertence y convive en dos mundos al mismo tiempo, al campo y a la ciudad, a un país y a outro. Representa en buena medida la integración de dos pueblos latinoamericanos, es referencia nítida de una cultura fronteriza que tiene su espacio y su estructura y se desarrolla sobre bases propias, sincréticas o con más frecuencia uniendo lo que es diferente sin desconocer las particularidades de cada parte.
Una pista en este sentido la ofrece “Homenaje Permanente”: “Vibrante toque de guitarras bajo ombúes / y una luna de leche /
Descontados los prejuicios / que tus ciudadanos repudian / te evocamos en una lengua hermana / con igual ternura de residente fronterizo / Oh ! Uruguay !... / Quizás por estar conscientemente ubicado en esa dimensión, Arapey consiga tanto en portugués como en español, ser preciso en la transmisión de la emoción con que carga sus palabras. Su lenguaje, es el de un romántico. Su poesía brota de lo sensible, del instante inspirador, del duende lírico que sustituye a lo racional por lo intuitivo, y en el caso de Arapey, frecuentemente, por la catarsis nostálgica proyectada para descubrir el presente y encontrarle significado al futuro, como propone en “Renovación”: “Palabras vacilan / Avanza el rumor subterráneo y el viento palpable / Atónitos, comprensivos, vienen de un mismo territorio / el amanecer único / trayendo las razones que los sufridos jamás olvidaron /
Presente y futuro despiertan en las madrugadas”.
Serafín J. García, con quien Arapey mantenía una profunda amistad, en 1951 destacaba respecto a su poesía: “La limpieza y lo conciso de la idea, al contrario de Neruda, que es tumultuoso y frondoso, hermosamente vestido, Arapey parece desaliñado... pero solo es una modalidad buscada por el poeta que tiene una conducta estética propia, a la que guarda una ceñida fidelidad”.
El criterio de Serafín J. García puede compartirse en lo fundamental. Sin embargo, Arapey, en ocasiones se ata a la elocuencia, en otras se vuelve radicalmente substantivo, inclusive circunstancialmente decae en la retórica. Su objetivo es introducirnos por todos los medios en un universo poético de telúrica expresión, a veces misterioso y de ese modo nos atrapa.

“En viaje”: “Impelidos por el viento / nos medimos con la distancia. / Desbordado horizonte desafia el vasto cielo de las pampas. / Eco lejano / hoy nos alcanza, para que en este pleno sol / la vida de momento eterno / se justifique hasta las lágrimas. / Queremos la tierra y lo que en ella vive, / simultáneamente con mansedumbre y rebeldia.
Desde otro ángulo, hay en el poeta un cierto discurrir contra corriente que aún cuando no signifique un despegarse de lo inmediato, sugiere una profunda necesidad de aventura, inclusive a través del empleo de opuestos y supuestos.
Los versos de “Poeta” en particular, captan estos rasgos esenciales que también pertencen a la personalidad de Arapey:“Su constante fue inapelablemente / de amoroso adiós / en viento transportado / hacia otros lugares / encantadas ocasiones frágiles / tanto ! / que las propias letras pesan / sofocan / y casi arrancan otros llantos / derramados / no derramados / en el extenso parque / en la noche antigua y tan presente / al ser evocada / en desmayo / que es toda la vida / y ya sabíamos / en vísperas de atravesar / lo que ella tenía de fantasia / su más bella realidad !”
No falta en Arapey, la acotación irónica, ante el derroche. Así en “Punta del Este” dice: “Ni como San Francisco / ni como Vladimir Mayakowsky / así mismo / he visitado / a este tan renombrado lugar.../ Qué podía hacer yo / sufrido y viejo gaucho de a pie / en un pedazo de mi tierra degradado / donde ni a los animales los podia ver / sin ardientes lágrimas / descorazonado / avergonzado”.
O el compromiso de una causa justa:...”El canto que aún hoy / siento por Stalingrado y nunca he podido escribir / hoy lo siento por ti isla ejemplar / de nuestros hermanos descendientes de Martí.

Mi lápiz por timi pensamiento por timi vida también. Cuba es madre y madre es verdad!”
________________________________

La obra de Luis Carlos de Arapey que vive actualmente en Porto Alegre, es miembro de la Dirección del Instituto Cultural José ARTIGAS, compreende los libros:

“Poemas do Tempo Frágil”, Rio de Janeiro 1951;
“O Dia Sobre o Rio”, São Paulo, 1961; “Poemas Inspirados Em Música”, São Paulo, 1971;
e inéditos, 1981 y 1991.

Especial de Cono Sur Press
Por Mario del Gaudio
“LA JUVENTUD” Montevideo, Junio 14 de 1991

segunda-feira, 26 de maio de 2008

segunda-feira, 19 de maio de 2008

POR UM DIA RA FRAZÃO VOLTOU À CIDADE NATAL



Então perguntamos:
Que significa o breve retorno
a cada um dos visitantes?

Tudo que havia sido movimento,
caíra em silêncio profundo.
Estação vazia,
trilhos e almas perdidas.
Tristeza interminável.
Na praça à tarde
como fugidia sombra
passara um transeunte.
Fechado, mas tão eloqüente,
admiramos o magnífico Colégio.
Por 14 anos aqui viveu também
o então menino RA (Ricardo Augusto)
carregado de sonhos
como o dia de Sol!...

Santa Maria, passagem 2003/2004
L.C. de Arapey

domingo, 18 de maio de 2008

Arapey Lê Ernest Heminqway

POEMA: VERSOS DE PLAYA


Estes trémulos ojos de luces
que de la copa se filtran al suelo
son monedas de todos los veranos
¡ áy! No las gasta nadie!

¡ Lluvia en la playa!
Huyen los bañistas...
¿ Por que he permanecido
contemplativo y con frio?

¡ Espírito salvaje!
Cuerpo griego.
No merecieras este verso
Si fueses incapaz de un sueño...

Do livro: “Poemas do Tempo Frágil”
Rio, 1951 - (Na praia das Ondinas, São Lourenço do Sul, 1941).

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Filme: ARAPEY VISITA JAGUARÃO Maio 2008

Video em comemoração à viagem de Arapey a Jaguarão e Rio Branco, em maio de 2008.

Visita à Biblioteca de Rio Branco, Uy


Outro momento de integração e trocas ao visitar a biblioteca da cidade de Rio Branco, em 07 de maio. Fomos recebidos pela simpática sra. Sonia, a qual recebeu uma doação do livro "Poemas de Arapey", tendo retribuído com um tratamento muito cortez e inesquecível para a ocasião.

ARAPEY VISITA JAGUARÃO Maio 2008




Ainda vibra em minha retina os maravilhosos momentos que eu e o Poeta Arapey vivenciamos na Bela e Acolhedora cidade de Jaguarão, no início deste mês de maio. Muitas amizades e encontros foram possíveis. Uma delas e, talvês a mais significativa, foi o encontro com o maestro, Sr. Uruguay Moreira Gadea, que trabalha na Casa de Cultura daquela cidade.


Arapey recebeu um belo poema do amigo Uruguai, que segue nesta postagem.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

PERSONA


Persona de mirar distante,
mirando, traía al paisaje de hoy
todos los horizontes luminosos
Vividos con alma de niño.

En silencio cesó todo movimiento,
quedando el canto de Yupanqui,
tan profundo
como el amor a su tierra
y desposeída gente.

Por legítimo, no es dolor inútil,
el que ahora daña nuestro pecho de hermano.
Suave llanto está cayendo del cielo
en la tarde lenta y fria.

En memoria de Atahualpa Yupanqui
25 de mayo, 1992

PRAÇA DA MATRIZ

Dezoito horas em ponto
Na atmosfera vesperal
suspensa
última luminosidade
com a alma do dia esfriando.

A brisa atravessou o rio
e veio às amigas praças
porto-alegrenses
povoadas de pássaros
e do riso de seus pequenos habitantes.

Aqui mesmo
há todo universo de lembranças,
porém, tão real o refúgio
no alto desta colina histórica,
que nem lágrimas faltam,
com imagens apagadas.

Eloqüentes contrastes.

Tudo que se vê ainda
na vagarosa despedida
de um dia de primavera.

Na borda da noite
o caminhante solitário.


11 de outubro de 1976.



FRONTEIRA


Daqui, sempre sonhamos o mundo!
Nunca esteve ausente a poesia,
nem a fraternidade.
Como o ar e a água puros,
Confrontamo-nos com o nosso limite,
o azul da infância permanece.


Sant’Ana do Livramento – Rivera Dezembro, 1994

Para o Casal Sérgio Motta












DESPEDIDA DE LA LENGUA CASTELLANA

De ti me despido
porque no sé más escribirte
lengua ancestral
¡castellana lengua!

Se aleja y muere
uno de mis caballos de oro.
Sufro y reconozco la perdida
esta perdida
que, como tantas otras
no era deseada.

Consolación, todavia, será leerte
o, una que outra vez, hablarte,
pero, áy! nunca nunca mas
¡ Escribirte!

Rio, 1951 (tendo voltado de Montevideo)

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Poema Para Clara






POUR CLARA

Um poema para Clarinha



estudando na Aliança Francesa da Alameda Tieté...

Noite fria do planalto, na sala iluminada, cadeira número um, é da primeira aluna, modesta e gentil.

Do portão da entrada o coração de pai se enternece ao ver trinta metros adiante a irmã, la hermana mayor,de Roland y Monica, com as cores, a graça e a sabedoria primaveris.

Esta memória deveria ser escritaem francês...
Bon nuit, au revoir!

Ton papá
11 de junho, 1984

Um momento mágico na praça da Matriz


Um momento poético e mágico que ocorreu quando da visita da Monica e seus filhos ao "Velho Poeta"
Porto Alegre, 29.XII.2007

Amigo Poeta Luis Carlos de Arapey

Permitam pela honra de dedicar a mi compatriotota, este DECÁLOGO ARTIGUISTA, em visperas de um NUEVO AÑO de imperecedera amistad.

1º Com LIBERTAD no ofendo ni temo.
2º Es una obligación ser tan ilustrados como valientes.
3º No descansaremos hasta que los INFELICES sean los más privilegiados.
4º Nunca venderemos el rico PATRIMONIO de los Orientales al vil precio de la necesidad.
5º El interes superior es el de la Pátria y exige los mayores sacrifícios.
6º Ódio eterno a toda clase de tirania
7º Aún em la soledad “si me faltan indios o gaúchos, lucharé com perros cimarrones.
8º Mi Autoridad emana de vosotros y ella cesa ante vuestra presencia soberana.
9º América es una. “Unidad com Libertad” es el lema de lãs Províncias Unidas, Embrión de la Unidad Continental.
10º Unidad com fraternidad, igualidad y justicia, o sea “Una alianza ofensiva y defensiva de pueblos soberanos, renunciando cada uno, solenemente a subeyugar al outro” es nuestro propósito.

Vuestro Mario

E.T.
(Mário Del Gáudio, periodista)

terça-feira, 22 de abril de 2008




por Antônio Hohlfeldt Jornal: Correio do Povo - P. Alegre/RS em 21 de agosto de 1971

“Para melhor querer-te
Porto Alegre é estar de ti ausente há tanto tempo estações inexpressivas alma vazia memória ardente
(...) Para melhor querer-tee de qualquer modo não te esqueceria é que venho voltando ao sul nestes invernos, talvez nestes últimos invernos.”

Luis Carlos de Arapey escreveu estes versos num mês de julho de 1968. Mas depois deste inverno, ele já voltou aos pagos muitas outras vezes, como essa, em que tivemos oportunidade de conhecê-lo. Uma das características deste poeta gaúcho, “exilado”, como ele mesmo diz, há muitos anos, em São Paulo, é a duplicidade lingüística em que ele elabora seus trabalhos. Nascido no Uruguai, transferindo-se para o Brasil por um simples acaso – queria cursar a escola que estava do outro lado da linha divisória, onde havia uniforme e negrinhos como companheiros. Sua mãe, apesar de brasileira, não sabia escrever português, conhecia apenas o espanhol. Arapey, conheceu sempre as duas línguas. Por isso, sem intenção, por vezes um poema iniciado em uma língua terminada em outra, como aquele que o Caderno de Sábado publicou há pouco tempo*. “É como o prazer de uma leitura, a música reiterada. Prova de que a língua, alma de um povo – deixa ressonância, raízes no menino que fui, transformado em homem através de duas línguas”.

A NOSTALGIA DO EXÍLIO
A nostalgia, a saudade, a tristeza – essas palavras que ou outros vocabulários não conhecem tão plenamente como nós – embora talvez sintam os mesmos sentimentos, são os temas constantes de Arapey, como neste poema, “Destino”.
“Podes calcular o impactocausado pela tua chamadaquandooutra veza tarde dourada ia em meio?
E deves saber por queeu te considerava perdida para sempreneste ou noutro território.
Disseste que me querias ver...a mim mesmo?
Ou a imagem atualsofrida e desfigurada?!
Ah! Destino!
O que nos reservas
Antes da morte, Destino!”

“Acredito que tudo seja, para mim, reflexos de uma certa nostalgia de um território perdido, a infância, o campo, o tipo de gente, os seres mais humanos que já conheci. Não esqueci jamais o símbolo de Martin Fierro, o gaúcho cruzado com o emigrante, lutando contra a decadência, porque mesmo antes de o gaúcho perder a sua terra, ele já sabia que houvera uma anterior gauchada, em que não existiam nem fronteiras nem estâncias com cercas”.

OS GRANDES SILÊNCIOS
Arapey atribui, em grande parte, à tradição analfabeta dos narradores orais, os mais velhos, o seu aprendizado dos temas gaúchos. E pensando sobre a poesia como um fenômeno reflexível, diz que “da leitura dos poemas pode-se sempre tirar a reportagem do sentido da vida, da situação, de um estágio, a carga de valores, a modificação de nossa vida. Matei muito do que havia em mim ao seguir para São Paulo. É como um crime que se faz diariamente, no meu entender: há certas peças musicais que são tão íntimas, que não deveriam ser aplaudidas. O aplauso que se lhes dá, corta esta espécie de magnetização que sofremos no seu decorrer. O encanto fica quebrado, e isso faz sofrer”.
Arapey gosta das ruas sossegadas, dos grandes silêncios, das calmarias dos campos em suas amplidões sem fim. Talvez por isso ele se desespera no meio dos edifícios altos que o cerram numa quase prisão, e escreve assim:
“Estranha alegria que nos vem do desespero!
De que adiantou perdão reiterado e compreensão permanente?
Madrugadas erguem-se em fria brumacomo fantasmas.
Gosto amargo que não passa.
Desilusão e mais desilusão.
Que dizer quando o próprio sol nos parece de gelo.
Aí está o mundo!
Vida renascendo!
Se não fosse o amor da verdade não haveria drama.
Nós queremos mais do que humanos!sem, no entanto, perseguirmos fria perfeição.
Múltiplas solicitações perturbam o propósito de autenticidade!”

O debate íntimo em que Luis Carlos de Arapey vive é reflexo do próprio debate que construiu objetivamente em seu mundo. “O artista dá de si aquilo que lhe parece mas apto, revelando-se, muitas vezes, para si mesmo, com uma certa surpresa. Comecei a escrever intencionalmente aos 20 anos. Talvez pelo ambiente que tive - as reuniões dos familiares, todos eles palestrantes de primeira linhagem que me empolgavam com seus diálogos sobre os quais eu me indagava de tudo o que era possível. Mas talvez nunca tivessem nascido poemas. Lia muito, e comecei a descobrir que também podia escrever algo”.

O CAVALO NOS 14 ANOS
O aluno do compositor Natho Henn, instigado por sua avó, que queria que ele escrevesse suas memórias infantis, a cidade, Arapey evoluiu. Não aceita o depoimento puro e simples, frio, pois “é algo tardio que tira a lucidez”. Quando se está triste e no exílio, “sinto a nulidade de um sábado vazio”, que lhe lembra constantemente o por-de-sol do Guaíba, ao qual “até os animais são sensíveis, pois que também eles são sensíveis a seus habitats, talvez mesmo mais do que nós, seres humanos. Tudo o que é desumano é infame, é um desastre organizado, matando a alegria, tirando as referências do céu, da paisagem, do respirar livremente. Todos os paulistas sabem disso, por isso fogem da capital, e, no entanto, foram aqueles homens mesmos que criaram o seu “castelo”, conforme nos contou Kafka”.
Uma preocupação de Luis Carlos de Arapey é não tornar-se demasiadamente citativo de livros e trechos de obras que leu. Mas a nossa conversa decorre num sábado de morno pós-almoço, em que uma certa modorra invade a sala em que estamos, e a conversa, estigmatizada por claros de silêncios, transita livre entre ambos, fluindo lenta e despreocupada, num ir e vir sem fim, sem linha, sem regra, sem tempo, porque o tempo, aí, é todo ele total. “Não gosto de fazer citações a todo o momento - embora tenha a tendência para tal, pois que sei que em cultura, tudo o que se tem a aprender é monumentalmente superior ao aprendido. Disse isso há dez anos, e o direi daqui a outros dez”.

Foi no primeiro emprego que Arapey aprendeu a andar a cavalo, percorrendo todos os pagos, fazendo amizade com gaudérios, aos 14 anos de idade, enfrentando chuvaradas. “O cavalo é quase gente. Nunca dei-lhe de relho ou espora. Ele conhece a gente; o meu era um picaço malacara, tipo aquele do Tom Mix ( o do Buck Jones era Silver, não,) e se fica conhecendo até as suas manhas. Como gostei do cinema da década de trinta, quando o cowboy, que nos era tão familiar, aparecia na tela, em tudo semelhante a nós, que éramos inaptos para entender as tragédias que não as nossas mesmas”.

PÁSSAROS DESPERTOS
Poesia poemas, “pássaros que despertamos, terra e frutos compartilhados”, segundo ele, que acrescenta, em outro momento,
«Nunca escrevi por escrevernem estou vivendo ainda por viver».
E preocupa-se ele:
«Meus filhos amarão meus versos,
A todos transmiti vida.
Meus três herdeiros crescerão muito e meus três livros darão testemunho de esforço sobre-humano.
Agora - e como sempre - penso naqueles que eu amo e sei que me querem também.
Eles confirmarão que não tive existência vã, não me deixei ir à deriva, nem pertenci aos que traíram a própria condição humana!»
_________________

Os livros de Arapey “Poemas do Tempo Frágil”, editado no Rio; “O Dia Sobre o Rio”, em São Paulo, e “Dos Senhores e das Batalhas”, que ele editará em breve, marcam, de dez em dez anos, um passo a mais que o poeta dá. 1951, 1961, 1971. Assim é Arapey. A literatura pelo que ela tem de humano. Pelo que revela de cada um. Completando cinqüenta anos em abril passado, dos quais trinta dedicados à poesia, que “implica uma responsabilidade de cumprir o ideário justo, pois que ela é uma declaração de princípios, segundo eu a entendo”, sua grande ambição é continuar a estirpe não apenas de sua família como de sua terra”.

LEMBRANÇAS EXILADAS
Arapey faz de coisas miúdas a importância de sua vida. Por exemplo, tem anotado tudo o que leu até hoje, desde 1935, quando recebeu dois volumes de Jules Verne, ainda em Montevidéu. Por isso, possivelmente, sua gratidão para com a língua que por primeiro conhecer fá-lo escrever assim:

Prodigio de la lengua que hablamos ahora raramente despertada con amor en estos días tan hermosos, para que la entiendas y la quieras conociendo así, nuevos caminos soleadosen tu vida lúcida, inteligente, ygererosamente tuya.Tiene alma la lengua castellana,que te será hermana gemela. ¿No lo sabes? ?Lo presientes?¡ Ya lo sabras!
De um de seus vários amigos, Nilson Bertolini, que teve um livro de poemas editados postumamente pela Globo, pois que suicidou-se com apenas 24 anos de idade, Arapey recorda os versos, “adeus, minha janela escura / adeus meu sonho desfeito. / Meu bosque de madressilva / minha palavra sem jeito / ninhos de folhas secas / dançarão sobre o meu peito”. Dos tempos de Porto Alegre, Arapey recorda o Gastal, “que via poesia no cinema”, ou o Mário Quintana, com quem jogava, poemas nas mãos: “Si me muestras, te muestro”, discutindo e observando um ao outro, os poemas criados. Daquela época, na evocação, ele hoje canta com saudades:
Es mui chicay es alta la ventana de mi alcovatodas las noches hé de mirar al cieloy tendré el alma trespassada de estrellas!

“O poeta tem de ser um lunático, excedendo as normas comuns da convivência, concluiu o poeta”. Na saída, ainda dedo apontado para mim como ele costuma fazer, sempre que declamava uns versos, me recitou: ÚLTIMO ADEUS
«Gostaria de dizer no meu último poemaque lamento estar morrendo longe da terra azul que sempre amei! Então, tinha sabor o pão cotidiano.Pessoas eram pessoas, e animais, animais.Hoje, tudo me parece haver sido apenas sonhopendente das janelas do pesadelo.Paisagem desoladasopra vento sinistro.Pergunto: até quando agoniza uma alma? Houve suave anjo que me deu amore não creio seja mais possívelnesta miserável área do mundo. Até o último momento lembrarei com imensa ternura a todos que também amei. Não há enigmas para decifrar e sim estágio de sociedade a ser superado».

No apertar minha mão, deixou-me um papel, papel escuro de folha de jornal, em que, a lápis, rabiscou, rapidamente: “Nunca me despeço, realmente, do nosso sul, porque à minha alma é difícil de sair daqui”, e essa frase simples ficou flutuando no ar, enchendo de aromas a sala, vingando saudade nos corações dos amigos aqui reencontrados por ele. O poeta voltou ao exílio.

segunda-feira, 14 de abril de 2008


POUR MONIQUE
Refaire l’ineffable d’hier
au crepuscule,
lorsque le soleil peignait brusquement, enchantant des feuilles oubliées, dans se calmes boulevards.

Calmement nous marchions, par des sentiers sablouveux, des arbres méditaient, graves, à la proximité de la nuit, lorsque des enfants des oiseaux des bicyclettes bruyamment s’envolaient, fragiles, merveilleux, permanents, peut-être plutôt dans notre mémoire, sur d’autres jardins et âges.

D’insuspects sentiers dans le boisde l’absence, qui a existé, oui ou non, can l’oubli n’a jamais en de places, seulement une nostalgie si douloureuse.

Le souvenir de la promenade matinale du ‘Beira-Rio’ jusqu’an quartier ‘Serraria’...m’a apporté des autobusque nous n’attendions pas, et aussi l’août bleu-doré !

Un an s’est decoulé, nous entendons la sonoritéart de la jeune fiele au violoncello.

Porto Alegre, Parque Farroupilha
21 agosto, 1982

domingo, 13 de abril de 2008


¡Dejaré mi ventana abierta a la vida!


Em memória dos que foram dignos,
antes e depois de José Artigas - (1764 - 1850)


Luis Carlos de Arapey



Luis Carlos de Arapey
Que ar dolorido pressentíamos no solar, na sua branca peça alta e solitária.

Transeunte apressado, após regressar ao norte, recordava agudamente o casarão das noites de inverno, tão distantes, no sul, na constante e antiga saudade do sul!
Calmo e profundo o passado aqui se impõe.
Quem somos nós, então?
Que idade e consciência da nossa terra e história gaúcha?

Os cavalos da madrugada estão voltando.
A vastidão da campanha nunca nos abandonou, e, nela, o coração não vivia despedaçado.

Ah! Mansos animais pastando imortalidade!
Doces pássaros dos pagos, sangas, picadas, vaqueanos, rodeios e o grato cansaço de voltar “às casas” quando entardecia ternamente.
Porto Alegre28 de maio, 1983

“DOS SENHORES E DAS BATALHAS” - Caio Porfírio Carneiro

À primeira vista, Luis Carlos de Arapey é um poeta desconsertante. Lírico e romântico:
“Início da tarde fina chuva invernal beira de rio o veleiro da infância ao longo...”

Quase sempre a busca, a desesperante busca:
“Não palavras não só palavras para exprimir...”
Ou a desolação:
“Dispersa estava a paisagem sem a presença do seu poeta, tal como os amigos.”
O pânico:
“Aquele imponderável clima de poesia perdeu-se...”

No fundo, uma poesia sofrida, não pessimista, feita de amor e de revolta. Põe-se o poeta perante a vida e o mundo que o cerca cheio de interrogações, que não são dúvidas, mas aguçado senso crítico diante do homem e da natureza.
Não se entregou ele a inquietações formais, tão encontradiças em poetas de pouca ou nenhuma mensagem. Sua poesia é, às mais das vezes, simples e direta. Outras tantas apresenta-se incisiva e telegráfica. Mas unitariamente, toda ela guarda a mesma rítmica, não preocupada, mas intuída, o que é próprio dos verdadeiros poetas.
Luis Carlos de Arapey mostra-se assim desde o primeiro livro. Sempre foi ele mesmo. Evoluiu, amadureceu sua visão das coisas e do mundo, aprimorou seu verso, mas permaneceu, nas entrelinhas, aquele mesmo sensitivo e aquela mesma dignidade comovedora diante da arte e de como transmiti-la. Se é uma poesia sofrida, é, ao mesmo passo, extremamente verdadeira e ditada do amor e do coração. Nada tem de amarga nem se aproxima do desencanto. Ao contrário, vai à denúncia sutil e sub-reptícia.
Não há poema, neste livro de Luis Carlos de Arapey que não seja belo e bem realizado, inclusive os escritos em castelhano, que o poeta é bilingüe e se manifesta em ambos os idiomas com a mesma pureza de sentimento. Difícil hoje, quando os vocábulos e os símbolos tornam-se cada vez menos úteis aos poetas, e eles se desesperam por isto, encontrar uma poesia renovada, transmitida por inteiro, como esta que cala fundo e diante da qual só o silêncio basta:
“Aqui tornamos para verter as lágrimas de fogo de outrora,e transitarmos vibrantes como álamosem verde desmaiado.

Sucederam-se estações e desencantos,mas fidelidade profunda foi guardada.”

Luis Carlos de Arapey é poeta e sabe sê-lo. Há os que o são para si próprios. O autor de “Dos Senhores e das Batalhas”, ao contrário, pertence-se o menos possível, que se entrega todo nos seus versos. Cada poema é uma oferenda de amor, saudade, denúncia, e sobretudo – e isto é muito importante – de muita paz. Não a precária paz, filha do desencanto e do medo. Mas a paz procurada, a justa paz alcançada após a revolta.
Este novo livro não constitui para Luis Carlos de Arapey mais uma vitória alcançada, que esta ele conseguiu, em definitivo, quando jogou no papel o primeiro verso e se fez poeta.
“Dos Senhores das Batalhas” é uma confirmação, uma constatação plena, de que a poesia, realizada por um verdadeiro poeta, é eterna, sublime e sobretudo divina.

POETA BILINGÜE
“LIVROS em desfile”: Péricles da Silva Pinheiro - “S.N. de S. Paulo, 6.8.1961”

"Luis Carlos de Arapey, nascido no Uruguai e educado desde menino no Brasil, é um poeta bilingüe, que extravasa com natural expressividade, quer na língua materna, quer na adotiva, sua insopitável ânsia de Poesia.
Não é ortodoxo em matéria de ritmo, mas tem uma rara intuição e um excelente senso de oportunidade em conciliar seus temas com os metros mais próprios, para realçar e conter em condições expressivas seu delicado e comunicativo lirismo.
Seu último livro (O Dia sobre o Rio) é a comprovação deste estado de comportamento em face do processo e do segredo poético. Os ritmos largos de suas composições harmonizam-se com os curtos nessa justa compreensão do fenômeno emotivo, imprimindo ao livro um sentido de unidade e de equilíbrio paradoxal, revelando uma análise mais aprofundada de seus versos, no caso dos ritmos largos, possivelmente a condensação lírica e sensória motivada em sua retina pela experiência da estreita intimidade com os panoramas derramados das coxilhas do Sul."

LIVRO: O DIA SOBRE O RIO - por Carlos de Freitas – jornalista - S.P., 1961
"O poeta Luis Carlos de Arapey, nasceu no Uruguai, onde foi menino rural e veio para o Brasil, com menos de dez anos. Viveu em cidades sulinas Santana do Livramento e São Lourenço do Sul, mas, uma delas Porto Alegre, a “cidade do rio largo”, deixaria em seu espírito profundas impressões.
Seu primeiro livro: “Poemas do Tempo Frágil”, publicado no Rio de Janeiro, em 1951, quando a velha capital era ainda uma cidade maravilhosa, despertou a atenção dos críticos mais exigentes. Dele falaram com entusiasmo, Antonio Olinto, Anibal M. Machado, Lygia Fagundes Telles, Alceu Marinho Rego, Fausto Cunha, Oswaldino Marques, Eliezér de Menezes e Serafin J. García, uruguaio.
Agora, depois de dez anos, Arapey volta com este “O Dia Sobre O Rio”, evidentemente com a forma mais depurada mas com o mesmo vigor juvenil e ritmo (algumas vezes desconcertante), lirismo e tanta poesia. Já disse em outro lugar, isto é, no meu lugar certo que é o jornal: Luis Carlos de Arapey é o poeta mais poeta que conheço. Ninguém como ele vive quotidianamente a poesia que está no rosto tristonho das pessoas que passam na rua, no pôr do sol, na mancha verde das árvores que aparecem entre prédios ou por cima dos tetos do bairro.
Ele descobre a poesia que ninguém mais vê numa cidade violenta como S.P.
É um lírico com qualquer coisa de bárbaro! Meu Deus, é um poeta!
Dificilmente um intelectual pode conservar tanta fidelidade às formas de expressão e à emoção, como esse cidadão bilingüe, que escreve em castelhano e português, e, que falando de rios, árvores, e tristeza, tem um único tema: a dignidade humana diante da arte e da vida."

Comentário de Fausto Cunha, no suplemento literário de “A MANHÔ Do Rio de Janeiro , em 1951:
“Luis Carlos de Arapey.
Poeta bilingüe, é um dos pontos culminantes desse grupo de 23 cultores. Quando compõe em castelhano, parece que se apodera de novos ritmos, certa beleza, que lhe foge, em parte, no português. Uruguaio de nascimento e educado no Brasil, Luis Carlos de Arapey conserva pelo menos a fidelidade poética à sua terra, onde encontra um tom nerudiano para suas poesias. “Poema Lento para el Funeral de una Roca”, surpreendem, no meio de tantas dezenas de produções débeis. (Da “antologia”)
“Tortura persistiendo en la roca
mojada de mar y recuerdo.
Por incontables años
lleva guardado el secretode lo que fué su vida,no interrumpiendo les besos muertosen la arena de sus cabellos.
Quedamente la ola perpetúa su carícia fríaen el rostro perfumado de durazno y sol.
Mágica belleza que desfilaadentro del sueño extáticoen abierta pupila.
Sonríe de la muertela boca apasionaday muerta.
Va consumiendo la rocael constante vuelodel ala elegida.
Victoria alcanzada en sí misma por el sacrifício desmensurado de ser aspiración e inmovitidad. Se extiende la noche con dorados reflejos de estrellas y luciérnagas Y la roca sola ahogándose! E, do “POEMA DE LA DESOLADA INTENSIDAD”: Lo que está muerto en la superficie y es movido. Y aquello que no podemos fijar ni en vida o muerte Y nos mueve. Voluntaria atmósfera que une lo transitorio. El cuerpo fué juntado duramente su condición de ceniza La bestia con el cuero penetrado de estrellas rumiaba bajo en cielo sin profecias.
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Gostaria de ler maior quantidade de poemas de Arapey, a fim de ter uma opinião menos unilateral de sua lírica. Até onde passa essa poesia cisplatina (digamos assim) capeará influências? Os três poemas em português, considero-os de bom estofo. “FUGA” está realizado con mestria, num ritmo de pressa angustiada. Muito sentimento no “Poema de Agosto de 1946”. Da “Breve Evocação de Porto Alegre” este formoso início: “Cidade da música e das portas do futuro! depois, cidade da triste canção dos ventos, cemitério de meninos e silêncio.”
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“La limpieza y lo conciso de la idea, al contrario de Neruda, que es tumultuoso y frondoso, hermosamente vestido, Arapey parece desaliñado, por momentos, y sólo es una modalidad buscada por el poeta. Tiene una conducta estética propia, a la que guarda una ceñida fidelidad”.

Serafin J. Garcia - Montevideo, setiembre 26, 1951


“Poeta Luis Carlos de Arapey: Acabei há pouco a leitura de seu livro. “Poemas de Tempo Frágil”. E devo lhe dizer que este é, sem dúvida alguma, um dos melhores dos muitos livros de poesias que tenho lido últimamente. “Naufrágios” e “Antecipada Morte”, são, por exemplo, dois poemas belíssimos.
“Meditación en la tarde de Viento” é um poema dotado também de grande força inspiradora. Muito grata pela bela lembrança.

Cordialmente,
Lygia Fagundes Telles.
S. Paulo, 20-6-1951."



POEMAS DO TEMPO FRAGIL - Rio de Janeiro, 1951.

Escrito en português y español.
"Le distingue una imaginación luminosa y se expresamediante sugerentes y breves imágenes. Confidencial, de sobrio romanticismo. Maneja un ritmo suelto y atractivo.
Habla con naturalidad. Le aplaudimos. Es un joven poeta uruguayo, que vive hace mucho en Brasil."
A. M. Martinez - Revista “El Heraldo Salteño”
Diciembre de 1951




Algunos juícios sobre la poesia de Luis Carlos de Arapey, en sus 87 años abrileños 1921 - 2008
Residencias:
Sarandí de Arapey, hasta 1926,Santana do Livramento, hasta 1928,
São Lourenço do Sul, hasta 1931,
otra vez en Livramento, hasta 1939,
Porto Alegre, hasta 18 de Julio, 1947,
Rio de Janeiro, hasta Febrero de 1960,
São Paulo, hasta Febrero del 1980,
y desde entonces, otra vez en la
Capital Gaucha ...\0/
PREFÁCIO DO LIVRO: POEMAS DE ARAPEY - 2001

Oitenta anos de vida realmente vivida, dedicados ao ser poeta em sua essência.
Amar a vida, vivê-la com amor, ensinar amor, rebelde e incansadamente. Luis Carlos de Arapey tem sido assim em sua vívida caminhada de oitenta anos de lutas e poesias.
Quem conhece o amigo poeta “Arapey” e compartilha, mesmo de rápidos, momentos com ele tem suas vidas preenchidas de novas cores, novos brilhos, novos padrões de percepção dos fatos, que expandem seus sentidos, tendo seus espíritos enternecidos.
Certo dia, Arapey confidenciou-me: “meus poemas já me falaram: não fica aí debruçado sobre nós, pois já ganhamos independência e não te pertencemos mais.”
POEMAS DE ARAPEY foi editado para resgatar e homenagear este homem que divide seu amor, suas lembranças e seus sonhos entre seu país natal, o Uruguai, e o Brasil, pátria adotada e escolhida para “ser poeta e viver”.
Viva a Poesia, viva Luis Carlos de Arapey, o “Poeta da Integração do Conesul”.
Juarez Prado Córdova
Luis Carlos de Arapey (1921 - \o/ )
Livros Publicados:
Poemas do Tempo Frágil Rio, 1951
O Dia Sobre o Rio S.P., 1961
Poemas Inspirados Em Música S.P., 1971
Poemas Inéditos PoA., 1981
Poemas Inéditos PoA., 1991
Remembranças PoA., 1991
Poemas de Arapey PoA., 2001

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Em seu 87.o aniversário

O poeta Arapey e seu fã-clube iniciam, na semana de seu 87.o aniversário, este blog cultural bilíngüe em homenagem aos povos sul-americanos.

Arquivo do blog

Arapey

Arapey
Luis Carlos De Arapey o Poeta da Integração do Conesul