“DOS SENHORES E DAS BATALHAS” - Caio Porfírio Carneiro
À primeira vista, Luis Carlos de Arapey é um poeta desconsertante. Lírico e romântico:
“Início da tarde fina chuva invernal beira de rio o veleiro da infância ao longo...”
Quase sempre a busca, a desesperante busca:
“Não palavras não só palavras para exprimir...”
Ou a desolação:
“Dispersa estava a paisagem sem a presença do seu poeta, tal como os amigos.”
O pânico:
“Aquele imponderável clima de poesia perdeu-se...”
No fundo, uma poesia sofrida, não pessimista, feita de amor e de revolta. Põe-se o poeta perante a vida e o mundo que o cerca cheio de interrogações, que não são dúvidas, mas aguçado senso crítico diante do homem e da natureza.
Não se entregou ele a inquietações formais, tão encontradiças em poetas de pouca ou nenhuma mensagem. Sua poesia é, às mais das vezes, simples e direta. Outras tantas apresenta-se incisiva e telegráfica. Mas unitariamente, toda ela guarda a mesma rítmica, não preocupada, mas intuída, o que é próprio dos verdadeiros poetas.
Luis Carlos de Arapey mostra-se assim desde o primeiro livro. Sempre foi ele mesmo. Evoluiu, amadureceu sua visão das coisas e do mundo, aprimorou seu verso, mas permaneceu, nas entrelinhas, aquele mesmo sensitivo e aquela mesma dignidade comovedora diante da arte e de como transmiti-la. Se é uma poesia sofrida, é, ao mesmo passo, extremamente verdadeira e ditada do amor e do coração. Nada tem de amarga nem se aproxima do desencanto. Ao contrário, vai à denúncia sutil e sub-reptícia.
Não há poema, neste livro de Luis Carlos de Arapey que não seja belo e bem realizado, inclusive os escritos em castelhano, que o poeta é bilingüe e se manifesta em ambos os idiomas com a mesma pureza de sentimento. Difícil hoje, quando os vocábulos e os símbolos tornam-se cada vez menos úteis aos poetas, e eles se desesperam por isto, encontrar uma poesia renovada, transmitida por inteiro, como esta que cala fundo e diante da qual só o silêncio basta:
“Aqui tornamos para verter as lágrimas de fogo de outrora,e transitarmos vibrantes como álamosem verde desmaiado.
Sucederam-se estações e desencantos,mas fidelidade profunda foi guardada.”
Luis Carlos de Arapey é poeta e sabe sê-lo. Há os que o são para si próprios. O autor de “Dos Senhores e das Batalhas”, ao contrário, pertence-se o menos possível, que se entrega todo nos seus versos. Cada poema é uma oferenda de amor, saudade, denúncia, e sobretudo – e isto é muito importante – de muita paz. Não a precária paz, filha do desencanto e do medo. Mas a paz procurada, a justa paz alcançada após a revolta.
Este novo livro não constitui para Luis Carlos de Arapey mais uma vitória alcançada, que esta ele conseguiu, em definitivo, quando jogou no papel o primeiro verso e se fez poeta.
“Dos Senhores das Batalhas” é uma confirmação, uma constatação plena, de que a poesia, realizada por um verdadeiro poeta, é eterna, sublime e sobretudo divina.
À primeira vista, Luis Carlos de Arapey é um poeta desconsertante. Lírico e romântico:
“Início da tarde fina chuva invernal beira de rio o veleiro da infância ao longo...”
Quase sempre a busca, a desesperante busca:
“Não palavras não só palavras para exprimir...”
Ou a desolação:
“Dispersa estava a paisagem sem a presença do seu poeta, tal como os amigos.”
O pânico:
“Aquele imponderável clima de poesia perdeu-se...”
No fundo, uma poesia sofrida, não pessimista, feita de amor e de revolta. Põe-se o poeta perante a vida e o mundo que o cerca cheio de interrogações, que não são dúvidas, mas aguçado senso crítico diante do homem e da natureza.
Não se entregou ele a inquietações formais, tão encontradiças em poetas de pouca ou nenhuma mensagem. Sua poesia é, às mais das vezes, simples e direta. Outras tantas apresenta-se incisiva e telegráfica. Mas unitariamente, toda ela guarda a mesma rítmica, não preocupada, mas intuída, o que é próprio dos verdadeiros poetas.
Luis Carlos de Arapey mostra-se assim desde o primeiro livro. Sempre foi ele mesmo. Evoluiu, amadureceu sua visão das coisas e do mundo, aprimorou seu verso, mas permaneceu, nas entrelinhas, aquele mesmo sensitivo e aquela mesma dignidade comovedora diante da arte e de como transmiti-la. Se é uma poesia sofrida, é, ao mesmo passo, extremamente verdadeira e ditada do amor e do coração. Nada tem de amarga nem se aproxima do desencanto. Ao contrário, vai à denúncia sutil e sub-reptícia.
Não há poema, neste livro de Luis Carlos de Arapey que não seja belo e bem realizado, inclusive os escritos em castelhano, que o poeta é bilingüe e se manifesta em ambos os idiomas com a mesma pureza de sentimento. Difícil hoje, quando os vocábulos e os símbolos tornam-se cada vez menos úteis aos poetas, e eles se desesperam por isto, encontrar uma poesia renovada, transmitida por inteiro, como esta que cala fundo e diante da qual só o silêncio basta:
“Aqui tornamos para verter as lágrimas de fogo de outrora,e transitarmos vibrantes como álamosem verde desmaiado.
Sucederam-se estações e desencantos,mas fidelidade profunda foi guardada.”
Luis Carlos de Arapey é poeta e sabe sê-lo. Há os que o são para si próprios. O autor de “Dos Senhores e das Batalhas”, ao contrário, pertence-se o menos possível, que se entrega todo nos seus versos. Cada poema é uma oferenda de amor, saudade, denúncia, e sobretudo – e isto é muito importante – de muita paz. Não a precária paz, filha do desencanto e do medo. Mas a paz procurada, a justa paz alcançada após a revolta.
Este novo livro não constitui para Luis Carlos de Arapey mais uma vitória alcançada, que esta ele conseguiu, em definitivo, quando jogou no papel o primeiro verso e se fez poeta.
“Dos Senhores das Batalhas” é uma confirmação, uma constatação plena, de que a poesia, realizada por um verdadeiro poeta, é eterna, sublime e sobretudo divina.
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